Resultados de pesquisa filosófico-conceitual levada a cabo com financiamento da FAPESP. Em sentido geral, trata-se de uma investigação sobre o problema da identidade pessoal, qual seja, a dificuldade em saber o que faz com que uma pessoa continue a mesma ao longo do tempo, apesar das mudanças biossocioculturais pelas quais passa ao longo de sua vida. Mais especificamente, buscamos distinguir entre as concepções internalistas (John Locke e David Hume) e externalistas (Lynne Baker, Daniel Dennett e Diana Pérez) de pessoa. E concluímos que a dinâmica de reconhecimento interpessoal é condição de possibilidade para a manutenção da identidade da pessoa ao longo do tempo. Em outras palavras, entendemos que as chamadas Relações de Segunda Pessoa, que são caracterizadas pela comunicação direta do significado, são as mais fundamentais para manutenção da identidade de alguém, em dois sentidos especiais, na manutenção de: (1) a sua condição de pessoa ao longo do tempo (sua pessoalidade - "personhood") e (2) os aspectos que garantem sua singularidade (ou personalidade), como seu modo de se colocar no mundo, sua gestualidade, expressões faciais, seus hábitos em geral e inúmeros outros (i.e. na condição de que sejam significativos para outrem).
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FAPESP: 2018/06147-7