Descrição:
A maioria das metodologias de avaliações de risco de desastre foi desenvolvida por profissionais de ciências naturais. O Quadro de Sendai da ONU reconhece a necessidade de incluir nesses métodos as complexas conexões intercalares dos processos físicos com a vulnerabilidade social, especialmente em países em desenvolvimento. Este trabalho teve como objetivo analisar a experiência de inclusão de informações de vulnerabilidade social em protocolos de campo dos Planos Municipais de Redução de Riscos (PMRR) de São Bernardo do Campo e Franco da Rocha (2020-2021). Estruturou-se uma base de dados georreferenciados com os dados dos protocolos de campo sobre os setores de risco e, em seguida, analisou-se a relação entre vulnerabilidade e risco por meio do método de árvore de classificação. Os resultados mostraram que as variáveis geotécnicas e de vulnerabilidade social relevantes para a atribuição de risco são em grande parte sobrepostas sobre os mesmos setores, mas que a análise integrada das duas permite uma interpretação melhor do nível de risco. Todavia, os modelos com as informações dos protocolos de campo não devem substituir uma avaliação holística mais ampla por parte do especialista, em campo. Por fim, são tecidas reflexões qualitativas sobre as limitações e potencialidades da inclusão dos aspectos de vulnerabilidade no estudo de caso analisado.