Descrição:
Os efeitos crônicos do treinamento muscular inspiratório (TMI) sobre a função autonômica e a regulação do barorreflexo são pouco estudados. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos crônicos de diferentes intensidades de TMI no controle cardiovascular de ciclistas amadores.Trata-se de um estudo longitudinal, randomizado e controlado cego foi realizado em 30 ciclistas recreativos do sexo masculino submetidos a IMT por 11 semanas. Os participantes foram alocados aleatoriamente em grupo com treinamento simulado (SHAM, n=9), grupo treinado com 60% da pressão inspiratória máxima (MIP60, n=10) e grupo treinado com pressão inspiratória crítica (CIP, n=11). Eletrocardiograma, pressão arterial digital e movimentos respiratórios foram registrados antes (PRÉ) e após (PÓS) o treinamento em repouso em posição supina (REP) e durante a posição ortostática ativa (ORTO). A partir da série batimento a batimento do período cardíaco (PC) e da pressão arterial sistólica (PAS), calculamos marcadores de domínio de tempo, índices de domínio de frequência na baixa frequência (0,04-0,15 Hz) e alta frequência (AF, 0,15-0,4 Hz) bandas, um índice de complexidade baseado em entropia (CI) e marcadores barorreflexos estimados a partir de sequências PC-PAS espontâneas. Em comparação com SHAM, o efeito positivo de MIP60 sobre a série PC levou ao aumento de potência AF durante REP (PRÉ: 521,2 ± 447,5 ms2; PÓS: 1,161 ± 878,9 ms2) e aumento de CI durante ORTO (PRÉ: 0,82 ± 0,18; PÓS: 0,97 ± 0,13). Por outro lado, o efeito negativo do CIP assumiu a forma de diminuição da média de PC durante ORTO (PRÉ: 791 ± 71 ms; PÓS: 737 ± 95 ms). Nenhum efeito de TMI foi visível sobre os marcadores PAS e barorreflexo. Esses achados sugerem que o TMI de intensidade moderada pode ser benéfico quando o objetivo é limitar a hiperatividade simpática cardíaca no REP e/ou em resposta ao ORTO.